ATUALIZADA - matéria atualizada às 15h do dia 11 de agosto de 2020
Na tarde desta segunda-feira, uma confusão na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Santa Maria acabou na detenção de dois homens. Eles chegaram ao local, identificaram-se como integrantes da Organização Mundial dos Humanos Direitos (OMDDH) e queriam fazer uma vistoria nos equipamentos e em relação ao atendimento dos médicos. Segundo o relato dos funcionários da unidade, um deles afirmou que havia recebido uma denúncia de um aparelho estragado e queria verificar o que estava acontecendo.
De acordo com nota emitida pela prefeitura sobre o caso, a direção da UPA foi acionada e informou aos dois homens que eles não poderiam estar naquele espaço por se tratar de um local para tratamento de Covid-19. Eles foram orientados a procurar as Ouvidorias do município e da Casa de Saúde. Com a insistência dos homens, a Guarda Municipal foi chamada. A direção da UPA informou que nenhum aparelho no local está com problemas.
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Em imagens que circulam pelas redes sociais, um dos homens aparece sendo algemado na parte interna da UPA, enquanto o outro aguarda do lado de fora. Os dois usam camisetas com a frase "Humanos Direitos". Já na parte externa, o outro homem é algemado. Um deles fala que agiram em "legítima defesa". O outro diz que as pessoas precisam ser bem atendidas, que os aparelhos precisam estar funcionando e que eles estavam no local para defender quem procura atendimento.
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Segundo a prefeitura, os dois guardas municipais acionados conversaram com os dois homens, solicitando que ambos deixassem o local. Quando os guardas estavam conduzindo os dois homens para a saída, um deles desferiu um soco no rosto de um dos guardas, diz a prefeitura em nota. Nesse momento, foi dada voz de prisão ao agressor, que resistiu ao ser algemado afirmando "que seria uma autoridade civil". O outro homem também foi em direção ao guarda agredido e reagiu à detenção.
Ainda de acordo com a prefeitura, já seria a terceira vez que os homens teriam ido até a UPA. Em uma das ocasiões, eles invadiram um dos consultórios médicos.
Ambos foram levados para a Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) pela Guarda Municipal, onde foi feito o registro da ocorrência por lesão corporal contra o homem que desferiu o soco. Toda a ação foi gravada pelas câmeras de segurança da UPA e será usada na investigação do fato.
O QUE DIZ A ORGANIZAÇÃO
Em uma página no Facebook, o comandante da 5ª Região Federal Sul da Organização de Humanos Direitos, que é um dos homens envolvidos na confusão, lamentou o episódio.
À reportagem do Diário, por telefone, ele disse que a situação foi uma "ocorrência criada". Segundo ele, em nenhum momento eles tentaram invadir o local.
- Nos dirigimos até a UPA porque um cidadão de bem nos comunicou que o aparelho de tomografia estava estragado. Esse cidadão contraiu a Covid-19, precisou de um exame e não pode fazer porque o equipamento estava sem funcionar. Em plena pandemia, quando as pessoas mais precisam - argumenta.
Ele conta que foram recebidos pela administração da UPA, conversaram com a pessoa responsável e, quando estavam terminando a conversa, chegaram dois guardas municipais. Um deles, segundo o comandante, começou a pressioná-los para sair do local. Ao se dirigirem para a saída, ele parou para organizar a mochila e o guarda foi "muito forte para cima".
- Ele tocou nos meus ombros, eu pedi que não tocasse em mim porque sou uma autoridade. A ação foi muito forte, eu me assustei e reagi. A minha reação foi me defender, estava sob forte tensão psicológica. Eu fui provocado ao extremo, minha integridade física estava ameaçada. Tive uma reação natural de defesa - explica.
Ele comentou a atuação da Guarda Municipal no vídeo abaixo:
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